sábado, 28 de fevereiro de 2009

Decisão alvinegra

Amigos, amanhã é o dia da final da Taça Guanabara. A Cidade Maravilhosa respira a decisão. Quinze ônibus vêm lotados de Resende, com a torcida pelo modesto clube do Sul Fluminense. Os torcedores do Botafogo também fizeram filas nos locais de venda hoje. Pelo visto, o Estádio Mário Filho estará cheio.

O Resende treinou em Laranjeiras por superstição. Contra o Flamengo, o treino foi no campo do Fluminense, e deu certo. Então, por que não repetir o ritual contra o Botafogo? Não existe futebol sem superstição, todo torcedor tem as suas, todo time tem as suas. Em época de decisão, elas são ainda mais visíveis.

Encontro um amigo na esquina da Rodolfo Dantas com a Viveiros de Castro, em Copacabana. Com um largo sorriso no rosto, ele faz a piada cruel: "PC, amanhã vai dar zebra: Botafogo 3 x 1". Como eu escrevi acima, a cidade respira a decisão.

O Botafogo é o favorito, apesar da piada. Porém, repito o que escrevi aqui ontem: o Alvinegro tem que ser grande. Se jogar de novo como time pequeno, profetizo a derrota humilhante. O técnico Roy, do Resende, não é bobo: sua equipe saberá aproveitar os momentos de fraqueza do quadro de General Severiano.

PC

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Time pequeno e time grande

Amigos, outro dia minha amiga Bel me chamou a atenção para uma declaração do Antonio Carlos Roy, técnico do Resende, logo após o clube do Sul Fluminense eliminar o Flamengo da Taça Guanabara. "Defender como time pequeno, atacar como time grande" - nessa simples sentença, o Roy definiu sua estratégia vencedora no jogo de sábado. Esse dilema de "time pequeno e time grande", que tem atormentado a cabeça dos botafoguenses nos últimos anos, é o meu tema de hoje.

Ontem, não me saiu da cabeça a vitória do Botafogo sobre o meu Fluminense. A tática do alvinegro foi a retranca, conforme o meu amigo Minoru antecipou que seria. Ney Franco, o técnico do quadro de General Severiano, armou um autêntico ferrolho, com três zagueiros de origem e quatro volantes. Minha Nossa Senhora! Três beques fixos e mais quatro cabeças-de-área! Começo a pensar se é necessário um goleiro nesse esquema. Acho que o arqueiro é mera figura decorativa. Com sete homens exclusivamente dedicados a impedir que a bola chegue ao gol, para que serve o quíper? Para nada mesmo: poderia sentar-se no gramado e ler um gibi, tranquilamente.

Voltando ao tema da resenha, a retranca de Ney Franco é um exemplo cristalino de como joga um time pequeno. Quando o time é tecnicamente pior que o outro, só mesmo na retranca e nos contra-ataques é que se pode vencer. Por isso, não ataco Ney Franco. Ele seria burro se resolvesse atacar mais que defender. Para o bem do Alvinegro, ele reconhece que é melhor defender mais que atacar, com o elenco de que dispõe. E assim Ney Franco fez do limitado Botafogo o melhor time da Taça Guanabara.

Porém, faz-se necessária uma mudança de estratégia para a fatídica final de domingo. O Botafogo precisa abandonar o esquema de time pequeno. Para vencer o Resende do inteligente Roy, o clube da Estrela Solitária precisa, antes de mais nada, ser grande. Se o Botafogo continuar pequeno, profetizo aqui: domingo haverá uma derrota humilhante, uma derrota acachapante. Favorito o quadro de General Severiano é. Mas favoritismo não ganha jogo. Pequenez também não.

Hoje, estive em Álvaro Chaves e, pasmem!, encontrei um sorridente alvinegro, vestindo a camisa do Botafogo, em pleno território tricolor. Meu espanto não deteve meu ímpeto, e eu perguntei ao desconhecido se ele havia babado ao ver nossa entupida Sala de Troféus. O sujeito ficou sem graça e não me respondeu. Virou as costas e saiu de fininho. Porém, antes de cruzar o portão, tropeçou numa glória. Acho que foi na Copa do Brasil, que ele não tem.

PC

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Lágrimas de esguicho

Amigos, na condição de tricolor nato, hereditário e confesso, minha vontade é sentar no meio-fio e chorar lágrimas de esguicho. Já faz um tempo que o Fluminense monta elencos indiscutivelmente melhores que os do Botafogo. Trata-se de um fato: os clubes brasileiros, e em especial os cariocas, estão boiando em dívidas colossais e eternas. Nesse cenário desolador, somente com um bom patrocinador se pode montar um grande time. O Tricolor possui esse patrocínio salvador, ao passo que o Alvinegro não. Dessa forma, o Fluminense pode construir times recheados de craques, e o Botafogo não. Isso explica a diferença técnica que observamos ano após ano: o abismo entre o pó-de-arroz e a estrela solitária.

Expliquei o cenário e cito um exemplo: no primeiro semestre do ano passado, o time tricolor foi o melhor da América, quiçá o melhor do mundo. E o Botafogo lá, quietinho com seu elenco modesto. Porém, nos dois turnos do Campeonato Carioca, o Fluminense cruzou com o Botafogo, e o resultado nós sabemos: duas tristes derrotas tricolores.

Eis que o destino novamente coloca frente à frente o Tricolor e o Alvinegro, na semifinal da Taça Guanabara de 2009. Como em 2008, há um abismo técnico entre Laranjeiras e General Severiano. O torcedor pó-de-arroz encheu-se de esperança. Os vivos, doentes e mortos tricolores subiram as rampas e invadiram as arquibancadas e cadeiras do Estádio Mário Filho. A esperança da revanche brilhava nos olhos de cada fluminense. As arquibancadas verdes e amarelas à esquerda das cabines, destinadas à torcida tricolor, estavam completamente tomadas. Do outro lado, a quantidade muito menor de alvinegros evidenciava que nem mesmo a própria torcida do Botafogo confiava no triunfo de seu modesto time.

Porém, como em 2008, o resultado foi a vitória do Botafogo. Os resultados do ano passado eram mais explicáveis que o desse ano. O Botafogo tinha mantido uma base, uma espinha dorsal inalterada, enquanto o Fluminense ainda entrosava seu poderoso elenco. O maior entrosamento alvinegro foi, de fato, o fator determinante para as vitórias de 2008. Já em 2009, o Botafogo não tem mais o entrosamento de outrora, pois desmanchou o time do ano passado. Portanto, o menor entrosamento não pode ser aceito como justificativa para a derrota do quadro de Álvaro Chaves.

Então, o que terá causado a derrota de ontem? Nosso time é tecnicamente superior, e o Botafogo não tem mais o entrosamento que o salvava. Não há unanimidade na torcida tricolor, o que é bom, afinal toda unanimidade é burra. Cada torcedor do Fluminense parece ter uma visão diferente das causas do fracasso do time. Escuto um amigo na saída do Maracanã: "falta preparo físico". Considero que meu amigo tem razão, afinal o time sempre morre no segundo tempo. Um pé-rapado, durante o jogo, gritou para quem quisesse ouvir: "falta tesão a esse time". Também concordo com ele. Aquele ímpeto, aquela garra, aquela vontade inexcedível que víamos na Libertadores, por onde andam?

Também não gosto do comportamento do técnico René Simões. Primeiro, houve a insistência com Leandro Amaral e Roger, os dois atacantes que não vinham bem. Escrevi aqui antes e repito: eles não podem ser titulares, quando se tem um Tartá, um Maicon, um Alan no banco. O argumento de que eles são garotos não me convence. Pelé ganhou uma Copa com 17 anos, e Ronaldo com 18 anos já integrava o elenco do tetra. Há que se apostar na garotada, sempre que possível.

Comecei minha crítica ao treinador tricolor, e continuo: hoje, ele foi inútil à beira do gramado. Vejam só o que aconteceu no segundo tempo: a torcida pediu Tartá, e René pôs Tartá no minuto seguinte. Depois, o urro da arquibancada foi Bonfim, e René pôs Bonfim no minuto seguinte. No fim, tirou um cansado Leandro Amaral para por Roger, uma alteração que até um paralelepípedo faria no lugar dele. Eis o que foi René Simões hoje: um fantoche comandado pela torcida do Fluminense. E não foi a primeira vez que isso aconteceu. Por fim, considero que a falta de preparo físico também deve ser posta na conta da comissão técnica. Todos os outros times estão voando, se comparados com o nosso. Está evidente um erro de preparação.

O Botafogo se aproveitou dos nossos erros, e decidiu o jogo em uma bola parada. Domingo, o Alvinegro tem a faca e o queijo na mão para levantar a Taça Guanabara. O time do Resende é ainda mais limitado que o quadro de General Severiano, de forma que o favorito é o Botafogo.

PC

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

O botafoguense e o tricolor

Todos os torcedores de futebol se parecem entre si como soldadinhos de chumbo. Têm o mesmo comportamento e xingam, com a mesma exuberância e os mesmos nomes feios, o juiz, os bandeirinhas, os adversários e os jogadores do próprio time. Há, porém, um torcedor, entre tantos, entre todos, que não se parece com ninguém e que apresenta uma forte, crespa e irresistível personalidade. Ponham uma barba postiça num torcedor do Botafogo, deem-lhe óculos escuros, raspem-lhe as impressões digitais e, ainda assim, ele será inconfundível. Por quê?

Pelo seguinte: há, no alvinegro, a emanação específica de um pessimismo imortal. Pergunto: por que vamos ao campo de futebol? Porque esperamos a vitória. Esse otimismo é o impulso interior que nos leva a comprar ingresso e vibrar os noventa minutos. E, no campo, o otimismo continua a crepitar furiosamente. Não importa que o nosso time esteja perdendo de 15 x 0. Até o penúltimo segundo, nós ainda esperamos a virada, ainda esperamos a reação. Pois bem: o torcedor do Botafogo é o único que, em vez de esperar a vitória, espera precisamente a derrota.

Os outros comparecem na esperança de saborear como um chicabon o triunfo do seu clube. Mas o torcedor do Botafogo é diferente: ele compra o seu ingresso como quem adquire o direito, que lhe parece sagrado e inalienável, de sofrer. Eis a verdade: ele não vai a campo ver futebol. O futebol é um detalhe secundário e, mesmo, desprezível. Ele quer, acima de tudo, desgrenhar-se, esganiçar-se, enfurecer-se e rugir contra Ney Franco.

No dia em que retirarem do torcedor alvinegro o inefável direito de sofrer e, sobretudo, o direito ainda mais inefável de descompor o seu técnico, ele ficará inconsolável, como um ser que perde, subitamente, a sua função e o seu destino. Tudo na vida é uma questão de hábito. E o cidadão que padece todos os dias acaba se afeiçoando ao próprio martírio, ou mais do que isso: o martírio torna-se insubstituível como um vício funesto.

E o que falar da torcida do Fluminense? Outras podem ser mais numerosas. Uma torcida, porém, não vale a pena pela sua expressão numérica. Ela vive e influi no destino das batalhas pela força do sentimento. E a torcida tricolor leva um imperecível estandarte de paixão. Exalta-se a torcida do Vasco, exalta-se a torcida do Flamengo, e querem esquecer a nossa. Benício Ferreira Filho dizia que a grande torcida é a do Fluminense. Ele tem razão: nada se compara à flama e à fidelidade do torcedor pó-de-arroz.

Nós, com a nossa crassa e ignara simplicidade, temos a mania de falar em "aristocrático clube das Laranjeiras". E eu vos digo : - "aristocrático" em termos. Será aristocrático porque, no seu quadro social, falta tudo, menos grã-finos. Mas há algo mais no Fluminense, algo mais do que a aristocracia que lhe atribuem. Mais exato seria dizer que ele é o clube de todas as classes.

Sim, amigos: há de tudo em Álvaro Chaves. Vocês querem tubarão? Afirmo-vos que os há de todos os tipos. Desde o tubarão de borracha, o tubarão de piscina, que as crianças cavalgam, até o tubarão mesmo, de insaciável voracidade. Costumamos desprezar o cartola. Mas vamos e venhamos: com o seu charuto afrontoso e ultrajante, a conspurcar de cinza todos os tapetes, ele tem o seu charme. Sim, no Fluminense, há cartolas em penca. Vocês querem o príncipe? É o que não falta no Fluminense. Esse grã-finismo autêntico é meio gostoso de se ver. Há também a família da classe média, a mocinha linda, o pai, a mãe, com os seus escrúpulos severos.

Nada, porém, é tão impressionante como o pé-rapado do Tricolor. Amigos, o Fluminense, com toda a sua aristocracia, têm na sua torcida, uma plebe que eu chamaria de épica. É uma multidão que o acompanha, com ululante fidelidade. Jogue o Fluminense com o Real Madrid ou com o Tabajara, e lá estarão esses heróis de pé descalço. Como são formidáveis ao empunhar a tocha do entusiasmo tricolor! Mas eu falei em pé-rapado. Para mim, não existe o pé-rapado, o borra-botas. O que existe é o homem, o ser humano, a levar nas costas, como o peixe da Emulsão de Scott, uma alma imortal. Um homem é sempre igual a outro homem.

Mas como eu ia dizendo: chamemos convencionalmente a plebe tricolor de plebe mesmo. É uma gente gloriosa, que não larga o clube, chova ou faça sol. Com a nossa bandeira erguida aos ventos da vitória, lá vão os pés-descalços atrás do time. Eu acredito que esses mesmos homens, em encarnações passadas, fizeram a Revolução Francesa e derrubaram bastilhas. Amigos, eis a verdade: os campeonatos e as revoluções vivem de paixão. Sem sentimento, não se derruba uma bastilha, nem se levanta um campeonato.

Eu acho profundamente cretina a expressão "plebe ignara". Ignara coisa nenhuma. Nós é que somos os ignaros, os crassos. Falta-nos isso que sobra no suposto pé-rapado, ou seja, a capacidade de vibrar, de se apaixonar, de viver e morrer por uma paixão. A parte mais humilde da nossa torcida é capaz, sim, de perecer pelo time. Nós temos o escrúpulo, o pudor de pular no meio da rua como um índio de Carnaval. A nossa alegria é meio envergonhada, meio arrependida. Mas a chamada plebe se embriaga com o próprio fogo. A vitória sobe-lhe à cabeça. O tricolor popular, na sua pura euforia, é capaz de trocar as pernas e cair, rente ao meio-fio, com a cara enfiada no ralo. Sim, amigos, falta-nos, a nós outros, a capacidade de tão violenta embriaguez clubística.

Quando o Fluminense precisa de número, acontece o suave milagre. Os vivos, doentes e mortos sobem as rampas. Os vivos saem de suas casas, os doentes de suas camas, e os mortos de suas tumbas. Quarta-feira, o Maracanã receberá dezenas de milhares de fanáticos, dispostos a vencer ou perecer. Será o maior clássico vovô de todos os tempos.

Esse texto foi fortemente baseado nas seguintes crônicas de Nelson Rodrigues: "Sofrer pelo Botafogo" (Manchete Esportiva, 4/8/1956), e "A incomparável torcida tricolor" (Jornal dos Sports, 3/12/1959).

PC

domingo, 22 de fevereiro de 2009

A invenção do olé

Amigos, na quarta-feira de cinzas acontecerá o primeiro grande jogo do ano no futebol brasileiro. Fluminense e Botafogo jogarão, no mítico estádio do Maracanã, por uma vaga na final da Taça Guanabara, contra o Resende. Até lá, escreverei sobre episódios da história desses dois grandes clubes, possivelmente os dois com mais tradição no futebol tupiniquim.

Em janeiro, no post "A invenção do fair play", contei a fascinante história de como o alvinegro Garrincha e o tricolor Altair inventaram o jogo limpo, em um clássico vovô. Hoje, escrevo sobre outro episódio de Garrincha. Um grande amigo costuma dizer que "Garrincha vivia em outra dimensão". Eu corrijo: o Mané vive em outra dimensão, pois Garrincha é eterno. A história de hoje ocorreu em fevereiro de 1958, na Cidade do México. O melhor Botafogo de todos os tempos excursionava por lá, e no dia 20 encarou o poderoso River Plate, que era a base da seleção argentina.

No histórico jogo, lendários craques do passado desfilaram seus talentos: Didi, Nilton Santos e Garrincha pelo Botafogo; Carrizo, Nestor Rossi, Labruna e Vairo pelo River Plate. O time argentino recebeu um cachê muito maior que o brasileiro, mas a peleja foi muito disputada. O placar não nos deixa mentir: 1 x 1. "Um empate insosso em um jogo amistoso sem importância", diriam os idiotas da objetividade. Acontece, amigos, que os idiotas estão redondamente enganados. Este Botafogo x River Plate mudou a história do futebol mundial. Meio século nos separa do histórico momento, de modo que certamente ainda há testemunhas mexicanas vivas. Se perguntarmos a uma delas qual foi o placar do jogo, ela dificilmente se lembrará. Porém, ela nos dirá, mordida de nostalgia: "a peleja consistiu em um baile! Um baile de Garrincha em Vairo!".

Ainda no início do jogo, o ponta alvinegro começou seu espetáculo individual. O joão da vez foi o lateral-esquerdo argentino Vairo. A platéia do Estádio Universitário viu, naquela briga desigual, um paralelo com as touradas espanholas. Os mexicanos viram em Vairo um touro desesperado, e em Garrincha o toureiro dono da situação. Foram dezenas - talvez centenas - de dribles humilhantes. Sim, amigos: humilhantes. O que Garrincha fazia com os joões era humilhante, era pior do que xingar a mãe. A cada drible, os mexicanos urravam "olé", como nas touradas.

Com suas gingas inigualáveis, o Mané entortou diversas vezes o lateral argentino. Ele se esborrachou tantas vezes no chão, que o seu uniforme ficou completamente sujo. A humilhação foi tamanha que o treinador do River Plate substituiu Vairo. Este ficou feliz com a substituição. Caminhou rindo até o banco de reservas, e atestou: "Não há nada a fazer. É impossível!".

Sem saber, aqueles milhares de torcedores mexicanos estavam modificando para sempre o modo de torcer nos estádios de futebol. Cada "olé" que gritamos no Maracanã hoje é na verdade um eco daqueles primeiros e históricos "olés".

Termino meu relato dando créditos ao brilhante Ruy Castro, autor da biografia do Mané Garrincha ("Estrela Solitária, um brasileiro chamado Garrincha"). Foi nas páginas desse livro fascinante que eu busquei os detalhes da fantástica história que acabo de contar.

PC

sábado, 21 de fevereiro de 2009

A derrota da camisa

Amigos, a primeira semifinal da Taça Guanabara foi um jogo eletrizante. O Resende surpreendeu a todos e eliminou o favoritíssimo Flamengo, no Estádio Mário Filho. O rubro-negro, que vinha falando em ser campeão invicto, ruiu diante da equipe do Sul Fluminense. Nem mesmo a camisa rubro-negra, que às vezes ganha os jogos sozinha, foi capaz de parar o alvinegro do sul do estado.

Eis o que essa partida representou: a derrota da poderosa camisa rubro-negra. O 3 a 1 foi cruel, foi inapelável. É um daqueles placares que não deixam dúvidas. O Resende foi superior, fez pouco da mística rubro-negra, e rasgou a camisa do mais querido em pleno Maracanã. Agora, é necessário juntar os cacos na Gávea, e reconstruir o time para o segundo turno. Já o Resende tem que pensar na final da Taça Guanabara. Daqui a uma semana, o alvinegro do sul fará o jogo mais importante de sua história, contra Botafogo ou Fluminense.

Os idiotas da objetividade já me escrevem dizendo, "o clássico-vovô é a final antecipada". Eu respondo: "não é, não". A batalha de quarta-feira é apenas a segunda semifinal. É óbvio que o vencedor do clássico será o favorito da final da Taça Guanabara. Mas favoritismo não ganha jogo. A própria semifinal de hoje atira essa verdade nas nossas caras.

E quem é o personagem do sábado de Carnaval? Antes do jogo, eu pensava em apontar a camisa rubro-negra para o ilustre posto. Isso porque eu achava que ela venceria sozinha o jogo, como eu já vi acontecer tantas vezes. Mas ela perdeu, e assim não merece o cargo. Desse modo, o meu personagem do sábado só pode ser o aplicado time do Resende, comandado pelo competente técnico Antonio Carlos Roy (cujo trabalho eu já acompanhei, quando ele era o técnico do Friburguense). Por ter rasgado a camisa que vence jogos sozinha, o time do Resende fez por merecer a homenagem.

PC

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Vitória magra no Almeidão

Amigos, que sonolento o jogo desta quarta-feira, pela Copa do Brasil! A diferença técnica gritante não fez efeito, e o Fluminense apenas obteve o magro placar de 1 a 0, sobre o Nacional de Patos-PB. Porém, a partida serve para realizar importantes observações sobre o time tricolor.

O primeiro ponto que desejo destacar é a falta de preparo físico da equipe tricolor. Mesmo com um homem a mais nos minutos finais, o time não teve pernas para buscar o segundo gol e assim eliminar o jogo de volta. Chamo a atenção para isso, pois é um problema gravíssimo, que precisa ser corrigido urgentemente.

A arbitragem também foi mal. O Nacional fez um gol legítimo, que o árbitro anulou alegando impedimento. Esse gol não deverá fazer diferença no confronto, mas ainda assim foi um erro grave. Outro erro grave do juiz foi a omissão diante da violência da equipe paraibana. Foram vinte e uma faltas apenas no primeiro tempo - um recorde! O rodízio de faltas foi um recurso sujo da equipe do Nacional, que deveria ser severamente punida por isso.

De positivo, podemos destacar a eficiência da dupla Fabinho-Romeu no meio-campo defensivo do Fluminense, principalmente no primeiro tempo. Mais à frente, as tabelinhas entre Thiago Neves e Everton Santos também merecem holofotes. O gol de Everton Santos, que salvou a partida do medíocre zero-a-zero, foi o grande lance do jogo: um giro rápido e um chute certeiro. Em quatro dias, o atacante tricolor saiu do banco de reservas para o posto de artilheiro do time. E é por isso que Everton Santos é o personagem desta quarta-feira.

PC

domingo, 15 de fevereiro de 2009

O felino de São Januário

Amigos, a ressurreição do Tricolor está concretizada: estamos classificados às semifinais da Taça Guanabara. O torcedor pó-de-arroz sofreu demais durante a campanha. Pelas esquinas da cidade, só se ouvia a piada cruel: "o Fluminense é o único grande de fora". A torcida do Vasco nos humilhou no clássico, jogando o grito de "eliminados" nas nossas caras. Eu mesmo havia desistido, há uma semana. Porém, aconteceu o incrível milagre da classificação. Conforme escrevi aqui na quinta, um pó-de-arroz nunca deve jogar a toalha.

Mais importante que o fato da classificação é que nós nos classificamos em primeiro lugar. Dessa forma, não poderão nos jogar na cara que a vaga foi obtida nos tribunais. Amigos, essa é a verdade eterna: não precisamos do tapetão, não fomos beneficiados por tribunal nenhum. Nossa classificação foi obtida em campo, dentro das quatro linhas.

E, na minha condição de tricolor nato, hereditário e confesso, tenho o sentimento de que está se desenhando o campeão. O triunfo em São Januário (4 a 0 sobre o Tigres) mostrou um time com um élan e um ímpeto inexcedíveis. O Fluminense precisava golear para garantir a classificação, e foi isso que fez: goleou. Para assombro de todos, conseguiu uma classificação inimaginável. E ainda em primeiro lugar.

E qual foi o melhor lance da partida? Eu mesmo perguntei, e eu mesmo vos respondo: a incrível arrancada de um gato preto. Ainda no começo da peleja, o veloz felino cruzou toda a extensão do gramado de São Januário, exibindo um fôlego de dar inveja a muitos laterais. Ali, naquele momento inusitado, começou a se desenhar o triunfo tricolor. Os idiotas da objetividade vão buzinar no meu ouvido: "não teve nada a ver!". Mas eu reafirmo minha convicção: o simpático gato foi o principal responsável pela nossa santa vitória.

Após a aparição felina, o Fluminense passou a dominar a partida. Mas Roger, nosso camisa 9, mostrou que não está bem, e René Simões finalmente perdeu a paciência com ele. Pôs Everton Santos em seu lugar, e ele marcou os dois primeiros gols do Tricolor. Maicon e Thiago Neves completaram a goleada.

O personagem do domingo? Obviamente foi o felino de São Januário. A ele devemos a vitória e a classificação. Se o destino da Taça Guanabara for mesmo a Rua Álvaro Chaves, ao gato preto também deveremos a conquista.

PC

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

A ressurreição do Tricolor

Amigos, escrevi aqui, na terça-feira, que o Fluminense estava eliminado da Taça Guanabara. Que erro imperdoável, o meu! Um pó-de-arroz nunca deve jogar a toalha, e hoje eu aprendi a valiosa lição.

O empate entre Duque de Caxias e Madureira ajudou, a incompetência dos dirigentes do Vasco também (o clube perdeu 6 pontos por escalar um jogador irregular). E eis que, com a inacreditável vitória na batalha de Campos, estamos de volta ao campeonato! Do caos à esperança, essa foi a trajetória do pó-de-arroz nesta gloriosa quinta-feira! Às vésperas do Carnaval, presenciamos a ressurreição do Tricolor!

E como transcorreu a batalha de Campos? O jogo entre Americano e Fluminense parecia mais um daqueles tantos que serão esquecidos numa estante empoeirada. Porém, nos últimos minutos, aconteceram os fatos que elevaram a peleja à condição de eterna. O placar marcava 1 a 0 para o Fluminense, gol de falta de Thiago Neves. Num lance na área do Fluminense, o goleiro Fernando Henrique dá um soco desnecessário num oponente já caído. O juiz faz o certo, e dá o pênalti para o Americano. Convertendo o pênalti, o bravo time de Campos empata, praticamente selando o destino tricolor na Taça Guanabara. O Fluminense, então, partiu desesperadamente para o ataque. Até o goleiro Fernando Henrique foi à frente. E então acontece o incrível milagre: FH sofre um pênalti! O futebol permitiu que o arqueiro tricolor consertasse o grave erro cometido minutos antes! O argentino Conca cobrou forte, no meio do gol: 2 a 1 para o Fluminense!

Já dizia o grande-mestre Nelson Rodrigues: "A verdade incontestável é que ninguém ganha da forma que ganhamos. As nossas vitórias são cardíacas, e nos levam da extrema falta de perspectiva, do máximo sofrimento, da crueldade, ao êxtase do épico, ao apoteótico, tudo juntinho quase sem fronteiras entre esses opostos."

E quem terá sido o meu personagem desta quinta-feira? Não pode ser outro, ora: o arqueiro tricolor Fernando Henrique. Por ter ido de vilão a herói em cinco minutos, o goleiro merece ter seu nome elevado ao ilustre posto.

E a Taça Guanabara de 2009 volta a sorrir, com a possibilidade de envelhecer na Rua Álvaro Chaves...

PC

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Episódio triste no futebol brasileiro

Amigos, nessa semana não comentarei o melancólico 0 a 0 do clássico entre Fluminense e Vasco. Não que o jogo não mereça comentários. Apesar do placar virgem, foi uma partida recheada de alternativas, e que teve uma consequência importante para a Taça Guanabara: a eliminação do meu pó-de-arroz. Apenas deixo o jogo de lado porque tive contato com um episódio triste que preciso denunciar. Nossos poucos leitores provavelmente já sabem que casos como esse que contarei ocorrem aos montes no Brasil. Porém, me sinto na obrigação de narrá-lo.

Minha história começa no final da década de 90. Eu tinha quatorze, quinze anos. E, como todo jovem nessa idade deveria fazer, jogava bastante futebol. Com meus amigos de colégio, o bate-bola acontecia religiosamente, na sagrada hora do recreio. Um dia, dois rapazes pediram para jogar com a gente. Eu os conhecia de vista, pois eram da turma da minha irmã. Portanto, três anos mais novos que eu e meus amigos. Nós deixamos os dois, que chamarei de João e José, brincarem com a gente. Todos sabem que a diferença física entre um menino de 15 anos e um menino de 12 anos é considerável. Com isso, João e José provavelmente seriam coadjuvantes na nossa pelada. Porém, amigos, o que se viu não foi isso. João e José jogaram de igual para igual com os meninos três anos mais velhos. Com muita habilidade, anularam a gritante diferença física. Tanto que jogaram os meses seguintes conosco, e não raro eram os primeiros a serem escolhidos para o time. Me lembro de ter aconselhado os dois a tentarem a vida no futebol profissional. Tinham muito talento para isso. Eu acho que João não seguiu meus conselhos. Tricolor fanático como eu, de vez em quando o vejo nas arquibancadas do Maracanã, com o brilho nos olhos característico dos tricolores apaixonados. Já José, eu fiquei sabendo que estava jogando nas categorias de base de um clube em Minas Gerais (salvo engano, era o América Mineiro).

Nesta segunda-feira, encontrei José, em um restaurante na nossa terra-natal, Nova Friburgo. Relembramos os velhos tempos, no papo que originou esse texto. Pela primeira vez, ele me contou detalhes de sua aventura no mundo do futebol. "Tentei vaga em vários times. Todos me diziam que eu era bom, mas que não haveria vaga para mim. Só em Minas me deram chance, mas logo fui mandado de volta para casa. E sempre que eu voltava pra cá era aquela frustração, aquela tristeza, sabe?". José continuou seu relato. "O pior aconteceu no Fluminense. Os caras vieram me buscar aqui em Friburgo, pois tinham ouvido falar de mim. Fui cheio de esperança, né, afinal eles tinham vindo me buscar. Cheguei lá, joguei bem, o técnico me falou que eu era excelente". Agora, amigos, vem o choque de realidade. Leiam o que José ouviu da boca do funcionário do Fluminense: "Aqui o empresário X paga 10 contos pra gente manter o esquema dele, os jogadores dele, sabe qual é? Se você puder...". José continuou: "PC, eu não tinha condições de bancar minha permanência lá, né? Depois disso, desisti do futebol. Sem proteção, é impossível seguir em frente". Retruquei: "Mesmo com todo o seu talento?". José respondeu: "Mesmo com todo o talento do mundo!".

José, hoje com 21 anos, trabalha no restaurante do pai, em Nova Friburgo. Não tenho dúvidas de que poderia estar brilhando em estádios do Brasil e do mundo. Com a camisa tricolor, ou com qualquer outra.

PC

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Derrota em Xerém

Amigos, o que se viu ontem em Xerém, no novíssimo Estádio De Los Larios, foi uma vergonhosa derrota tricolor. Uma sucessão de erros no segundo tempo permitiu uma virada inimaginável no placar.

O Fluminense terminou o primeiro tempo vencendo por 2 a 0, com dois gols do desajeitado centroavante Roger. O técnico pó-de-arroz René Simões achou que a partida estava decidida. Com o campo pesado, preferiu sacar Conca e Leandro Bonfim, provavelmente pensando no clássico de domingo contra o Vasco. No penúltimo jogo, reclamei aqui que ele havia escalado o time incorretamente, e por isso tinha acertado nas substituições. Ontem, ele escalou errado, e substituiu errado também.

Explico a minha visão: Tartá, Alan e Maicon não podem ser reservas de Leandro Amaral e Roger. Simplesmente não podem. Os dois últimos são lentos demais para a função de atacantes. Precisamos de avantes rápidos, que não tenham medo de errar. Portanto, continuo defendendo que René escale os garotos de início. Dessa forma, para mim a escalação estava - de novo - errada.

O problema principal é que, ontem, René errou também nas substituições. As entradas de Tartá e Maicon foram obviamente corretas. Mas tirar Conca e Leandro Bonfim, os dois juntos, foi um equívoco grave. Ficamos sem armação no meio-campo. Sem poder de criação, o Tricolor ficou refém do esforçado time do Duque de Caxias. O primeiro gol da reação caxiense era questão de tempo.

Porém, nosso goleiro Fernando Henrique não precisava ter acelerado o processo. O arqueiro cometeu um pênalti desnecessário, e facilitou a vida do adversário. E depois veio o gol de empate, e depois o gol da virada. Ano passado, no Maracanã, foi o Duque de Caxias que fez 2 a 0 e terminou perdendo por 3 a 2 para o Fluminense. Esse ano, veio a cruel vingança caxiense, na mesma moeda.

Que a derrota de ontem seja a moldura para o triunfo de domingo, contra o Vasco. É o único jeito de salvar a Taça Guanabara.

PC

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Football



Domingo, primeiro de fevereiro, nove e alguma coisa da noite, não havia nada para ver na TV. E não era nem TV aberta! Não agüentava mais acompanhar as mesas-redondas discutindo cada detalhe dos jogos do campeonato paulista, idolatrando o Lenny por seus três gols contra a Macaca, ou lamentando a derrota do São Paulo para o Ramalhão e o festival de bolas na trave santistas na derrota para o time da Cidade do Exagero. Também não estava passando nenhum filme que eu não tinha visto pelo menos umas cem vezes. Passeando pelos canais mais novos no pacote lá de casa, deparei-me com nada mais nada menos que o maior evento esportivo da terra do Tio Sam: o Superbowl!

Sem nada mais para ver, resolvi dar uma chance ao futebol americano, afinal a população da maior potência mundial não pode estar tão errada assim (até pode, mas vamos em frente). Alguns amigos já haviam explicado como é a pontuação e a dinâmica do jogo, então lá fui eu tentar entender o que se passava. Em resumo, o que sabia era que cada time tem quatro tentativas para avançar dez jardas; feito isso, recomeça a contagem para mais dez jardas, até chegar à endzone do adversário, marcando um touchdown (6 pontos). Conseguindo isso, o time ganha também a possibilidade de chutar ao gol, para ganhar mais um ponto. Caso não seja possível chegar na endzone, o time com a posse da bola pode arriscar um chute de longe, que se acertado vale 3 pontos. Durante o jogo, fica um monte de gente se agarrando, uns para impedir o quarterback de lançar, e outros protegendo o lançador desses uns. O quarterback tenta passar a bola para alguém que vai avançar as jardas ou lançar para alguém que já avançou e espera a bola longa. Bem simplificadamente é isso aí. E com essa visão de leigo é que acompanhei o jogo e que escrevo aqui.

(Parêntese: discordo completamente do nome do jogo: football. Primeiro porque só usam os pés para repor a bola em jogo ou para marcar as menores pontuações. Segundo porque aquilo com o que jogam não deveria ser classificado como bola).

Quando comecei a assistir, o jogo já estava 10 a 0 para o Pittsburg Steelers (!!!). Sim, placar normal, acertaram um chute de longe (field goal), depois um touchdown + chute bônus. Aí então o pessoal do Arizona Cardinals resolveu acordar para o jogo, marcando 7 pontos. E começaram a gostar do jogo! Recuperaram a posse de bola e, num piscar de olhos, estavam na marca de duas jardas, mais do que prontos para marcar mais um touchdown e levar o jogo para o intervalo com o placar a seu favor em 14 a 10. Mas então, aconteceu a jogada mais espetacular desse Superbowl. Aliás, pelo que logo descobri, a jogada mais espetacular da história dos Superbowls! Warner, quarterback do Arizona tenta o lançamento para seu companheiro que já estava na endzone adversária, mas a bola é interceptada por Harrison, que parte para a corrida em direção ao extremo oposto do campo. E, em uma magnífica corrida de 100 jardas, o jogador do Pittsburg marca o mais incrível touchdown que já vi (claro, foi a primeira vez que assisti a um jogo desses). E pelo visto, foi o mais incrível de todos os tempos. O cara correu tanto que precisou de um balão de oxigênio para continuar na partida. Intervalo então com 17 a 7 para o favorito Pittsburg.

(Outro parêntese: li no Lance! outro dia que grande parte dos espectadores acha mais interessantes as propagandas que passam no intervalo do que o próprio jogo. Algo na casa de 40%. Impressionante! Pena que esses comerciais não passaram aqui no Brasil).

Segundo tempo começa, e vários eventos levam o placar a Steelers 20 x 14 Cardinals. Estes começaram a pressionar e o jogo ficou eletrizante. Encurralados em sua própria endzone, os Steelers cometem uma falta que dá dois pontos e mais a posse de bola para o adversário: 20 a 16. (Mais um parêntese: muito difícil distinguir o que é falta do que não é. Pelo que entendi, depois de alguns instantes confabulando com meu irmão, é que falta ocorre quando um jogador derruba outro sem a bola. Mas ainda não faço idéia). E numa sequência extremamente rápida, lançamento de Warner para Fitzgerald, que acabava de se tornar o recordista em jardas avançadas e touchdowns em uma pós-temporada, e mais 7 pontos para o Arizona. 23 a 20 a pouco mais de dois minutos para o fim da peleja. Então apareceu a genialidade do quarterback do Pittsburg.

A cerca de 30 segundos do fim da partida, Ben Roethlisberger, ou simplesmente Big Ben, tira de sua cartola um lançamento primoroso para o MVP do Superbowl, Santonio Holmes, que segura a bola lá no terceiro andar e consegue tocar com a ponta dos pés no gramado adversário antes de cair fora do campo. Touchdown! Jogo emocionante! Uma virada como essa a menos de um minuto do fim! Os narradores da ESPN estavam em êxtase! Sobra muito pouco tempo e o time do Arizona não consegue virar novamente o placar. Final: Steelers 27 x 23 Cardinals. Festa para o primeiro hexacampeão da história da NFL.

No final das contas, curti bastante o tal do Superbowl. Principalmente porque esse foi um dos mais empolgantes da história. E olha que eu nem tinha apostado nesse jogo! (Fico só imaginando quanto estaria pagando a vitória do Pittsburg quando perdia por 23 a 20...). Mas nada supera o bom e velho futebol, este sim com bola e pé.

rafs

PS.: estou lutando muito com o meu editor de texto para poder escrever segundo as novas regras de ortografia, mas é bem possível que muita coisa ainda escape. Por isso, peço desculpas aos nossos sete leitores.

Retrospectiva 2008 - Final(mente)

Já estamos iniciando o segundo mês do ano corrente e eu ainda estou em dívida com os assuntos do ano passado. Escrevo, então, a última parte da Retrospectiva 2008, ainda falando sobre Pequim. Também pretendia escrever alguma coisa sobre futebol, mas o assunto foi bastante discutido em diversos post ao longo dos últimos 365 dias.

Para encerrar com chave de ouro, escrevo sobre as dez mais belas musas que ornamentaram as Olimpíadas de Pequim em 2008. A ordem aqui não importa muito, já que todas são magnificamente belas.

10º lugar: Amanda Beard, da natação americana. Ficou famosa por protestar contra o uso de peles de animais. “Fique confortável em sua própria pele”... e que pele!!



9º lugar: Francesca Piccinini, da seleção italiana de vôlei. Sua equipe não fez muita coisa na competição, mas ela bate um bolão!



8º lugar: Lauren Jackson, do basquete australiano. Bate um bolão também na quadra: medalha de prata nos Jogos.



7º lugar: Alexandra Orlando, da ginástica rítmica canadense. Não faço ideia de como ela se saiu nos Jogos Olímpicos, mas isso não interessa nem um pouco.



6º lugar: Elena Dementieva, tenista russa. Medalha de ouro em Pequim. A foto já diz o resto.



5º lugar: Natalie Coughlin, mais uma da natação americana. Várias medalhas para ela, entre elas o ouro nos 100 metros costas. Mas o brilho mais belo é o dos seus olhos...



4º lugar: Ana Paula, do vôlei de praia brasileiro. A maior musa do esporte nacional, entrou às pressas nos Jogos, mas não conseguiu voltar com medalha. Mas alguém se importa com esse pequeno detalhe?



3º lugar: Hope Solo, goleira do time americano de futebol. Nos fez sofrer com a vitória sobre a nossa seleção na disputa pelo ouro. Mas o que importa aqui é a beleza, então, bronze para ela!



2º lugar: Stephanie Rice, da natação australiana. Linda, várias medalhas, inclusive a de prata nesta lista.



1º lugar: Não podia ser outra: a musa maior dos Jogos Olímpicos, pulverizadora de recordes mundiais, a russa do salto com vara Yelena Isinbayeva. Só a beleza desta beldade já garantiria o pódio, mas o seu ritual de cochichar alguma coisa para sua vara (sem duplo sentido, por favor), e sua comemoração após a quebra de mais um recorde merecem a nossa medalha de ouro.



Cabe aqui também uma medalha de honra ao mérito: a deusa da natação brasileira, Mariana Brochado infelizmente resolveu se aposentar. Pena...



E assim (finalmente) encerro o ano de 2008.

E feliz 2009!